Carência


Fechei a porta a trancando já arrancando os sapatos que me apertavam os pés, domingo, 23h, três filmes interrompidos, uma caminhada pelo bairro mal sucedida. A semana mal começara e eu estou  completamente acabada. Mas nada que um banho e cair na cama não resolva. Uma vantagem é que o dia foi tão cansativo que eu não tive tempo de me pensar nele.

Droga.

Não que tenha acontecido algo, não, não aconteceu. Mas eu estou ligeiramente paranoica com o que ficou nas entrelinhas. Será que estou louca?

Enfim. Talvez.

Particularmente, gostaria de não estar, gostaria que meu interfone tocasse agora, sem mais nem menos e eu abriria a porta com a dúvida de como você descobriu o número do meu apartamento.

Mas é claro que eu estou sonhando acordada. É claro que por minimamente mais uma semana eu fique com os pensamentos de que tudo não passou de coisas da minha cabecinha, desesperada.

Mas como diria uma amiga, ninguém agiria daquela forma se não estivesse flertando com você.

Talvez eu apenas não saiba mais discernir se é real ou apenas ilusão da minha cabeça ou talvez eu apenas esteja com medo do que pode acontecer. E aqui estou eu, a cada vibrar do celular desbloqueio com uma pontadinha de esperança que seja ele. O que é óbvio que não vai acontecer.

Eu não preciso de nenhuma confirmação de que seria a pura e alucinógena receita do caos, então simplesmente eu vou aceitar a confirmação que meu subconsciente me dá de que apenas não passa de loucura minha cabeça.

Talvez o nome disso seja apena carência e mais nada.

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