Carência
Droga.
Não que tenha acontecido algo,
não, não aconteceu. Mas eu estou ligeiramente paranoica com o que ficou nas
entrelinhas. Será que estou louca?
Enfim. Talvez.
Particularmente, gostaria de não
estar, gostaria que meu interfone tocasse agora, sem mais nem menos e eu abriria
a porta com a dúvida de como você descobriu o número do meu apartamento.
Mas é claro que eu estou sonhando
acordada. É claro que por minimamente mais uma semana eu fique com os pensamentos
de que tudo não passou de coisas da minha cabecinha, desesperada.
Mas como diria uma amiga, ninguém
agiria daquela forma se não estivesse flertando com você.
Talvez eu apenas não saiba mais
discernir se é real ou apenas ilusão da minha cabeça ou talvez eu apenas esteja
com medo do que pode acontecer. E aqui estou eu, a cada vibrar do celular desbloqueio
com uma pontadinha de esperança que seja ele. O que é óbvio que não vai
acontecer.
Eu não preciso de nenhuma
confirmação de que seria a pura e alucinógena receita do caos, então
simplesmente eu vou aceitar a confirmação que meu subconsciente me dá de que
apenas não passa de loucura minha cabeça.
Talvez o nome disso seja apena
carência e mais nada.
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